sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Enchendo Lingüiça


Flamengo x Peñarol
O jogo da minha vida

Quando o Flamengo disputou, pela primeira vez um título nacional em 1980 contra o galo mineiro, acompanhei o jogo com vários amigos pelo rádio. Como eu e meus irmãos éramos muito moleques meu pai achou melhor fazer uma festa em casa. Lembro que foi a primeira vez que roí todas as unhas. A cada gol do Atlético eu chorava, mas meu pai ria e falava: "caaaaaaaaaaaaalma...".
E, como todos sabem, ganhamos.

Depois daquele título, qualquer outro resultado que não fosse vitória por mais de dois gols de vantagem, eu considerava zebra. Eu não conseguia entender como existiam torcedores de outros times, já que o Flamengo era praticamente imbatível.
Foi naquela época que me tornei fã do Zico. Não só eu, como todo garoto flamenguista da minha geração. Passados quase trinta anos, me arrisco a dizer que aquela safra foi a última de jogadores dignos de idolatria. Jogadores apaixonados pelo clube.
Nunca mais veremos, por exemplo, outra declaração como aquela do Mozer, que o Rafael Carioca brilhantemente postou em sua coluna. Bons tempos!

Na Taça Libertadores de 1982, no jogo em que o Flamengo foi eliminado pelo Peñarol do Uruguai em pleno Maracanã, vivi um dos momentos mais emocionantes da minha vida, assim como nos dias em que meus filhos nasceram.
Por intermédio do radialista Gilson Ricardo, nosso amigo de Petrópolis, tive a oportunidade de ser gandula daquele jogo. Eu estava encantado. Subir o túnel e avistar a arquibancada lotada é coisa de louco! Segundos antes da bola rolar, o Gilson vem ao meu encontro acompanhado de um fotógrafo e grita, "corre! vem pra cá!". Zicão tava me esperando no círculo central para a foto histórica.
O empate era do Flamengo. No momento da foto, Zico me disse: "garotão, se fizermos um gol, tenha calma na reposição da bola". O Flamengo perdeu. 1x0, gol de Jair, um brasileiro, de falta.

Foi o jogo da minha vida. E me desculpem os que lamentam até hoje a desclassificação.
Pra mim, foi vitória!

Até hoje, João Tatá joga botão com a escalação: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior. Andrade, Adílio e Zico. Tita, Nunes e Lico. Adora Os Paralamas do Sucesso e se caga de medo de rato.

2 comentários:

Anônimo disse...

Totalmente excelente........e eu já vi essa camisa ao vivo.


JUBA.

Fábio Martins disse...

Também já vi essa camisa. Ainda bem que nenhum rato passou por cima dela. Senão o Tatá já teria queimado...