sábado, 1 de março de 2008

Dó, Ré, Mi, FLA

Foi um rio que passou em minha vida

A Fla-Sampa morreu. É verdade. Ela morreu. Não que ela tenha morrido efetivamente. Nada disso. Os jogos continuarão a ser exibidos em algum bar de São Paulo, o site continuará no ar, os flamenguistas da capital paulista continuarão se encontarndo, mas digamos que o espírito dela morreu.

Aquele clima amistoso que existia, cujo objetivo principal era apenas reunir flamenguistas que moram ou estão em São Paulo não existe mais. E isso matou a Fla-Sampa. Ela agora se organizou. E com isso, abriu porta para as outras organizdas rubro-negras se acomodarem ali. Pior, elas não estão apeanas se acomodando. Elas chegaram, estão implantando sua filosofia e, conseqüentemente, tomando conta do espaço.

Apesar de não gostar de nenhuma torcida organizada, sei separar o joio do trigo. Conheço torcedores de uniformizadas rubro-negras rivais (isso é simplesmente lamentável) que são da Fla-Sampa desde o seu nascimento, no saudoso O'Malleys. Eles sempre se respeitaram, dividiam o mesmo espaço amistosamente e deixavam a filosofia de sua facção em casa, pois ententiam e gostavam que ali, o espírito era outro.

A morte da Fla-Sampa é, na verdade, um suicídio. Ela acabou dando um tiro na própria cabeça quando se organizou. Todos sabiam o perigo que significava essa organização, mas deixaram levar. Com isso, nasceu um monstro. Ele cresceu assustadoramente e hoje é praticamente indomável.

Confesso que não tenho vontade nenhuma de aparecer nos jogos do Flamengo. Isso não quer dizer que não me reunirei com flamenguistas para assistir jogos do meu time no Villa Bella ou em qualquer outro bar. O sentimento que tenho hoje da Fla-Sampa é pura nostalgia. Na coluna de hoje, resolvi homenagear seu espírito, parafraseando o mestre Paulinho da Viola cantando que ela foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar. Que ela descanse em paz.

Santista de nascimento e flamenguista de coração, Fábio Martins escreve também no Cotidiano Ranzinza. Participa do abaixo-assinado para que o O'Malleys reabra. Espera um dia voltar a assistir os jogos do Flamengo neste pub bebendo Guinness. Considera O Império Contra-Ataca o melhor filme da Trilogia Star Wars e segue a filosofia de vida do Mestre Yoda. Que a Força esteja com vocês.


sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Enchendo Lingüiça

O Enterro da Minha Avó

Minha avó era flamenguista. Pronto. É só isso que tenho pra falar do Mengão na coluna de hoje.

Era uma velha do cacete! Não recusava uma cervejinha gelada e era sempre a última a parar de dançar nas festas. Absolutamente divertida, de bem com a vida e sobretudo, com um senso de humor apuradíssimo. Era muito sarcástica.

Assim era a Adelaide.

Na festa de aniversário de 80 anos ela pediu: "quero uma foto com cada neto e depois quero que vocês mostrem para seus filhos. Não sei se ano que vem estarei aqui. Vai que o "Zé Maria" me chama...". Essa ladainha se estendeu pelos outros anos que se seguiram. E todo ano a gente tirava a tal foto. Na festa de 90 anos, a mesma história: "quero uma foto..." naquele ano ela foi interrompida pelo coro uníssono dos netos: "NÃÃÃÃÃÃO, VÓÓÓÓÓ!!! CHEGA, NÉ?".

E o "Zé Maria" a chamou, dias depois que ela completou 96 anos. Não foi surpresa, já estava há algum tempo internada com complicações pulmonares.

Eu tava morando em São Paulo, recebi a notícia logo cedo. Fui informado que o enterro aconteceria às 16 horas, daquele mesmo dia, no cemitério do Caju, Rio de Janeiro.

Resolvi ligar para o meu irmão (Felipe, que aparece na foto acima com a Adelaide), que era o xodó da vovó, que tava morando no Rio:

- Oi, Felipe. É o Tatá. Já tá sabendo da Adelaide?
- Tô. Você vem pra cá?
- Pretendo, mas vai ser foda. já são quase onze horas. Até eu resolver umas coisas aqui no trabalho, arrumar uma grana, me picar pro aeroporto... Não sei se dá tempo. Segura as pontas aí que eu vou ver se arrumo um jeito.
- Tá legal. Eu tô aqui em São Cristóvão ( AO LADO DO CEMITÉRIO), mas é rapidinho. Já já vou pra lá.
- Beleza. Se eu não chegar a tempo, enrola aí... faz qualquer coisa.

Consegui chegar no velório lá pelas três horas. Chora daqui, chora dali... e percebo que meu irmão nem havia passado por lá. Liguei novamente.

- Felipe...
- E aí? onde tu tá?
- Porra! eu é que pergunto! Tô aqui no velório. Consegui despencar de São Paulo pra cá e chegar antes de você.
- É, mas eu não tô de avião. Güenta aí. Guarda uma alcinha (do caixão) pra mim.

Comecei a ficar puto com aquela situação. Faltando quinze minutos para as quatro da tarde, o coveiro veio dar continuidade ao funeral e eu tive que suborná-lo com dez conto: "amigão, vai tomar um cafezinho que tá faltando um neto dela. Ele já tá chegando, quebra o galho." Não segurei por muito tempo e o féretro partiu. Liguei novamente:

- PORRA, FELIPE!!!
- Calma, tô chegando...
- Tá chegando é o cacete! Não dá pra esperar. O enterro vai acontecer sem você. Vou desligar o celular, e vê se vem logo!

Conduzimos vovó ao descanso eterno, com todas as honras de direito. Estávamos conformados, pois Adelaide viveu intensamente por muito tempo. Foi feliz, mas tava na hora.

Depois do enterro propriamente dito concluído, voltamos caminhando pelas quadras do cemitério, quando um outro funeral estava cruzando a nossa frente. Cordialmente paramos e esperamos. Era um cortejo fúnebre como qualquer outro, com muitas pessoas tristes. No final da fila, cabisbaixo, chorando copiosamente... o Felipe! Isso mesmo! Chegou atrasado e seguiu a primeiro bloco que passou achando que era o nosso. Ele vinha apoiado no ombro de um cara e com a outra mão, enxugava as lágrimas. Foi um sentimento muito estranho. Eu queria matar meu irmão! Já estávamos mesmo num cemitério. Seria apenas mais um. Quando ele me viu, se espantou. Até se mancar da gafe, quase perguntou "quem morreu aí?".

Pediu desculpas pra outra turma e veio a nosso encontro. Que vergonha! Eu tava muito transtornado com aquela cena patética dele chorando pelo defunto errado. Mas logo em seguida nos tocamos que não poderia ser diferente. Só mesmo no enterro da Adelaide pra acontecer uma dessas. Certamente ela devia estar rindo muito daquilo tudo.

Tivemos uma crise de riso, sem que falássemos nada. Apenas caímos na gargalhada. Glorinha advertiu: "meninos, comportem-se. Estamos num cemitério". Mas a gente ria cada vez mais. Saímos de lá, atravessamos a rua, fomos pra um boteco e prestamos a última homenagem à Adelaide, fazendo o que ela mais curtia na vida: Rir e beber.

"Bênça", Vó!



Adelaide adorava frases-feitas. Muitas inventadas por ela, todas com rimas. Quando alguém sentia um cheiro suspeito e perguntava "quem foi?", ela respondia na hora: "quem sentiu, do cu saiu"

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ficaremos mal acostumados...

Na última semana havia escrito um post intitulado “Domingos assim... não tem preço!”. Sete dias se passaram e lá estava eu no Maracanã, acompanhado por mais de 55 mil flamenguistas e por duas malas, Décio e Bassan. Na verdade, um destes é um baú! Daqueles sem rodinhas e difíceis de carregar, mas não vem ao caso entregá-lo (pelo menos neste momento).

Um final de semana na cidade maravilhosa, por si só, já me satisfaz. Quiçá com jogo do Flamengo e um título sofrido! Se continuar assim vou querer viver só aos domingos!

Vou deixar de falar sobre o jogo de hoje à noite contra o Cienciano, que aliás, temos a obrigação de vencer para contar um episódio engraçado vivido no dia da final.

Domingo pela manhã... Quando consegui abrir os olhos após uma longa balada no Teatro Odisséia, a claridade já dominava toda a sala, o calor já era insuportável e o relógio marcava apenas 10h00. Uma breve análise e concluí que seria impossível voltar a dormir, então, resolvi me reidratar.

Talvez no último suspiro de consciência da noite anterior comprei um gatorade, pensando na ressaca do dia seguinte. Só não contava que a geladeira da casa do nosso presidente, vulgo Faraó, congelasse minha esperança de sobrevivência. Pensei “ Puta que pariu! O dia não vai ser fácil...”. Volto para minha cama, ou melhor sofá da sala e inconsciente vou cantarolando “ÔÔÔÔÔ VAMO VIRÁ MENGOOOO”. Quando de repente sou interrompido por resmungos do Décio “Porra Rafa! Tá maluco! Pára de cantar essa música. Hoje não vai ter sofrimento...”.

Já no Maraca, clima de confiança total. Maioria esmagadora nas arquibancadas, time jogando bem... gol dos coitados. Vi aqueles gatos pingados fazerem a festa e imaginei “Fudeu!!!”. Ao meu lado, Décio e Bassan me olhavam como se pensassem “Quero ver virar agora seu puto!”.

E a partir daí, precisamente a partir dos 17 minutos do segundo tempo, o grito que amanhecera na minha cabeça ecoava nas arquibancadas. A energia era tamanha que tive a certeza que levaríamos o caneco “ÔÔÔÔÔ VAMO VIRÁ MENGOOOOOO”. Só não achei que seria tão sofrido. No calor da partida prometi até não tomar refrigerante durante os próximos 6 meses. Dos males o menor, poderia ter prometido não beber cerveja... já pensou que estrago?!
No final, nos restou dar apenas um recado de quatro letras aos botafoguenses "CRÉU".

Agradecimento

- Ao grande amigo Hassan, em nome do trio que foi ao Maraca: Muito obrigado por tudo. Espero que possa ir conosco em breve, aliás, a final do Carioca vem aí...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O Vermelho e o Preto

Passado quase dois dias da decisão da Taça Guanabara, por mais que motivos para escrever uma coluna alegre não falte, eu vou contar a primeira vez que chorei por causa do Flamengo.

Final do carioca de 1989, eu tinha 9 anos, o Flamengo tinha um belo time, com jogadores do nível de Jorginho, Aldair, Leonardo, Zico, Bebeto e Zinho, preciso citar mais jogadores? Então o jogo se arrastava num 0x0, com boas chances para os dois times, quando após um cruzamente desprentecioso Maurício empurrou a bola pra rede, não só a bola, ele empurrou o Leonardo também que o marcava, gol irregular porém regularizado pela árbitro, o que tirou o Botafogo de uma longa fila, não sei bem quantos anos, acho que 21.

Era uma criança, e sempre fui completamente apaixonado pelo Flamengo, nasci rubro-negro, vi a final do mundial com um ano de idade no colo do meu pai, mijnha primeira lembrança futebolística foi o Sócrates vestindo a camisa do Flamengo, isso em 1986, num Fla-Flu. Meu primeiro jogo em estádio foi em 1989, um Corinthians e Flamengo no Pacaembú pela Copa do Brasil, perdemos de 4x2, mas como vencemos o primeiro jogo por 2x0 classificamos pelo critério do gol marcado fora. Gols de Zico e Junior, os primeiros gols que vi no estádio foram dos meus dois maiores ídolos.

Voltando ao jogo que me fez chorar, pela primeira vez eu senti um vazio, como era ruim perder uma final, um ano antes perdemos para o Vasco com gol de Cocada, mas na época nem marcou tanto, mesmo o Vasco sendo o maior rival. Interessante que sempre que um time faz um gol "estranho" no Flamengo em alguma decisão, ele cai em certa desgraça com o Flamengo depois. O Vasco desde 1988 não vence uma final do Flamengo, o Botafogo não vence uma final contra o Flamengo desde 1989, e pelo jeito se o Fluminense não se cuidar não vai vencer também, tem rubro negro que até hoje não engoliu aquele gol de barriga do Renato Gaúcho.

Agora o Flamengo tem que se focar na Liberdades, vencer todos os jogos em casa, importante é se classificar, nem acho tão importante se classificar bem, já que o time que quer ser campeão não pode escolher adversários.

Hoje na minha coluna vou falar de um personagem do Flamengo atual, o nome dele é Fabio Luciano, que zagueiro, um líder nato, impressionante a importância dele nesse time atual, é perceptível a segurança que ele passa a todos os jogadores, melhor zagueiro que temos desde o Juan, pra mim já botou o Gamarra no bolso, porque no Flamengo Gamarra não foi Gamarra. Não lembro de uma partida ruim do Fábio Luciano, nem quando ele foi expulso contra o América ele foi mal, é um cara que vestiu a camisa do Flamengo, acho que ele merece uma música da torcida, e logo mais vai virar bandeira. Pra mim o grande jogador do Flamengo.

Pra finalizar, normalmente eu colocou vídeos com momentos vitoriosos do Flamengo, mas desta vez vou colocar esse vídeo do dia que o Flamengo me fez chorar, sendo mais específico, o gol que me fez chorar.

Saudações rubro-negras
Rafael Carioca


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Tem coisas que só acontecem com o Botafogo...

... como renúncias ao vivo, treinador pedindo para sair, 14 jogos (se não me engano) sem nos vencer... isso sem contar o choro eterno!!

Parem de querer tirar o mérito do Flamengo, só porque o Botafogo é um time sem sorte. Não é à toa que foi eleito o 6º time mais azarado do mundo!! (http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Botafogo/0,,MUL263370-4399,00.html)

Querem falar de arbitragem?? Ok. E o impedimento marcado no Obina?? E a não-expulsão do Ferrero?
Agora.. se quiserem falar de futebol... E o gol do Tardelli nos acréscimos?? E a cabeçada na trave aos 50 minutos do 2º tempo?? Alguma irregularidade?? Que nada!! Deu um gostinho ainda mais especial para a conquista!

Parabéns para a torcida, para os jogadores e para o técnico, necessariamente nessa ordem, sempre!

Tomara que a comemoração não se estenda muito, pois daqui a apenas 2 dias teremos um jogo importante pela Libertadores! E lotemos o Maracanã!!!

PS: Cabe ressaltar que no Campeonato Carioca, os titulares ainda estão 100%!!

SRN!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Faraó Rubro-Negro.

Decisão da taça guanabara

É hoje!!. Estou escrevendo agora minutos antes de ir para o Villa Bella assistir a grande final da taça guanabara entre Mengão e Botafogo.

Confesso que estou muito preocupado, pois para min o Botafogo é o time com mais qualidade depois do Flamengo no rio, na minha opinião claro. O time é bem montado, o Cuca é bom técnico e os jogadores parecem muito motivados.

Mas aquí é Flamengo, e é decisão, e todos sabem que Flamengo em decisão cresce e muito!!
Joel testou várias formações durante a semana e tem nas mangas várias cartas para surpreender o Cuca!

Diferente do ano passado quando o Botafogo tinha um time melhor e não conseguiu vencer nenhum jogo do Flamengo (5 empates no ano). Esse ano a situação é diferente, e acho que o Flamengo está com uma ligeira vantagem.

Haja coração amigos, vou agora me juntar a galera Rubro-Negra de sampa para ver a grande final, e que tenhamos um motivo para comemorar!!

Boa sorte Mengão.

Abraços e SRN