quarta-feira, 21 de maio de 2008

Curando a ressaca

A feridas que nem mesmo o tempo é capaz de curar. A fatídica eliminação na Libertadores, certamente, foi o episódio mais vergonhoso que vivi como rubro-negro (e olha que eu estava no Maracanã quando perdemos de forma patética a final da Copa do Brasil para o Santo André).

Confesso que após o apito final daquela quarta-feira negra meus olhos se encheram de água. Chorei por futebol! Algo que não me acontecia desde os tempos de menino. Um choro contido, mas de pura raiva! Não sei como descrever a sensação que me dominou naquele fim de noite.

Antes de conseguir dormir pensei em como seria difícil assistir as primeiras rodadas do campeonato brasileiro. Honestamente, nem sei dizer a última vez que eu tenha deixado de assistir a um jogo do Flamengo. Porém, dessa vez foi diferente.

O restante daquela semana foi pra lá de cruel. Tardou, mas chegou o domingo. Dia das mães, um frio de lascar em São Paulo, jogo às 18h10, enfim, muitos fatos conspirando para que eu não ousasse a sair de casa.

Fui mais forte. Por volta das 18h saí rumo ao Parque do Ibirapuera. Munido de um I Pod, para me certificar de que não ficaria sabendo do resultado nem por acaso, afinal, algum rádio, ou comentários alheios poderiam arruinar o meu plano, corri por duas horas. É bem verdade que estava com a cabeça no Maracanã deserto, adormecido. Fatalmente de luto pela recente tragédia.

Agüentei o quanto pude, mas liguei para o meu pai às 20h00 em ponto. O jogo sequer tinha terminado. Quando soube do placar, contra a minha própria vontade: sorri!

Mais uma semana passou. Outro domingo, dessa vez, seria a estréia da nova casa da FlaSampa. Pronto! Havia encontrado um hálibe para acompanhar a partida, sem culpa, afinal, apesar da mágoa, precisava rever os amigos.

Após um empate complicado, algumas cervejas e muito samba (ou seria algum samba e muitas cervejas?) vendo a festa da galera me rendi. Jamais deixarei de lutar com esse time! Amor incondicional, não tem explicação. Como expressar a “alegria de ser rubro-negro?” Felizmente, não há palavras, caso contrário seriamos simples, como os outros torcedores (com todo o meu respeito…).

“Serei Flamengo mesmo que a bola não entre, mesmo que o Maracanã se cale, mesmo que o manto sagrado desbote, mesmo que a vitória esteja longe.

Serei Flamengo, seja longa a jornada, seja dura a caminhada, Flamengo no peito e na alma, no grito e nas palmas, Serei Flamengo até morrer!”.

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