sexta-feira, 21 de março de 2008

Enchendo Lingüiça

Maraca 0800

Domingo chuvoso, estréia de campeonato, adversário pequeno, ingressos mais caros e transmissão pela televisão. Ou seja, eu tinha tudo pra não ir ao Velho Mário pra prestigiar a estréia do Mengão rumo ao bicampeonato carioca.Mas, como um amigo meu me presenteou com um par de ingressos para assistir a pelada de camarote, a coisa muda de figura, né?Devidamente vestidos com o Manto Sagrado, eu e o Igor, meu filho de 7 anos, saímos de casa mais animados para o comes e bebes do que propriamente para o jogo.

Chegamos ao camarote. As poltronas que estavam reservadas para nós dois, não eram as que tinham melhor visão para o campo, mas em relação ao bar eram as mais estratégicas.Durante a escalação do time pelo telão, dei a minha primeira investida: salame, mini-pizza, queijos, torradinha com pasta de azeitona, cachorro-quente, esfirrinha e, é claro, uma latinha de cerveja bem gelada.

Afinal, o time era exatamente o mesmo do ano passado. Pra quê conferir os artistas do espetáculo? Igor foi de coca-cola, biscoito globo e balas. Enfiou umas quinze em cada bolso. Tudo muito bacana. Além da bancada farta de rango e da geladeira lotada, poltronas confortáveis, ar-condicionado e duas televisões. O garçom ficava ao meu lado. Era só eu olhar pra trás que ele me perguntava "o senhor quer mais uma cerveja? eu pego pro senhor." E assim foi. Mal eu virava a última golada, ele já vinha com outra fechada na mão. Depois da quarta ou quinta latinha, eu ameaço me levantar da poltrona e já fui abordado "não precisa levantar, senhor. eu pego mais uma pro senhor". Eu já doido pra acabar com aquela formalidade desnecessária de senhor pra lá, senhor pra cá, quebrei o gelo. "amigão.

Obrigado, mas eu preciso é mijar". Pronto. De "senhor", virei "amigão". Gol do Flamengo! Saltei da poltrona, me ajoelhei no corredor e abri os braços para o Igor que logo veio pra comemoração "GOL, PORRA!!!! É MENGÃO, C!#$%&*Pra repor a energia emanada na vibração, mais um ataque impiedoso ao mastigo. Peguei logo duas latinhas pra não dar trabalho ao garçom-meu-brother.Saiu mais um gol e logo depois acabou o jogo. Um cara pediu a atenção de todos e gritou: "Agora vamos sortear uma camisa do Flamengo. O garotão aqui (o Igor) vai tirar o papelzinho!"Antes que meu filhão abrisse o papel, fiz uma observação: "AÍ MOÇADA, SE SAIR MEU NOME NESSA PORRA, TÁ VALENDO HEIM!

Não saiu. O contemplado, assim como todos os outros convidados foram embora.QUASE todos. Eu numa larica desgraçada de tanto gritar e beber, resovi dar uma forradinha no estômago antes de voltar pra casa. Fiquei lá, me acabando enquanto ouvia a voz da moça do staff "o senhor pode ficar à vontade, viu?". Enquanto eu pilava um empadão de camarão com uma mão na boca, com a outra eu apenas levantei o polegar, agradecendo.

Na verdade ela queria ter dito "se o senhor não reparou, acabou o jogo, viu?" É hora de dar tchau! Igor foi me conduzindo pra fora do camarote. Num gesto de gratidão e reconhecimento, peguei cinco merréis (todo bêbado é gente boa!} e dei de groja pro amigão que retribuiu com um simpático "volte sempre".Mal nos afastamos da porta, meu filhão me pediu:- Paaaaaaaai, número um.- Porra, filho! porquê não fez lá dentro? Dá pra chegar em casa?Diante da negativa do meu pequeno, não pensei duas vezes. Voltei: toc toc toc... "o menino ainda pode dar uma mijadinha?". Aproveitei o ensejo e peguei a saideira.




Assim como o pênalti, Tatá acredita que boca-livre não é coisa que se perca. Uma das visões que lhe causou espanto na adolescência, foi a dos pelos pubianos da Cláudia Ohana.

Um comentário:

Hassan Kishk disse...

hahahahahha , simplesmente SENSACIONAL!!